Neste mês é celebrado o ‘Abril Marrom’, quando se comemora o Dia Nacional do Braille. O objetivo é alertar sobre os fatores que contribuem para a perda de visão. Estima-se que 1,5 milhão de pessoas no Brasil sejam cegas e que 75% dos casos no mundo possam ser evitados ou curados (CBO, 2019).
A Organização Mundial de Saúde (OMS) estima que cerca de 75% dos casos de cegueira são evitáveis e/ou tratáveis. Isso significa que muitos brasileiros que são cegos poderiam estar enxergando se tivessem recebido tratamento adequado e em tempo hábil.
Segundo o presidente da Sociedade Mineira de Oftalmologia (SMO), Luiz Carlos Molinari, a atenção com a saúde ocular deve acontecer durante todas as fases da vida, desde a gestação, com o pré-natal, os cuidados do recém-nascido (incluindo infecções congênitas, conjuntivites), infância (estrabismo, erros de refração-miopia, hipermetropia, astigmatismo), passando pela vida adulta até a velhice.
Ele explica que alguns problemas demandam maior atenção, como usuários de lentes de contato; pacientes que passaram por cirurgia refrativa; portadores de miopia; glaucoma de difícil controle; portadores de retinopatia diabética-pacientes com diabetes têm 40% de chances de ter glaucoma, e 60% de desenvolver catarata; e pacientes com degeneração macular relacionada à idade (DMRI), que é uma perda progressiva da visão central, e a catarata,condição comum que ocorre com o envelhecimento. “Nesses casos, as consultas com o oftalmologista devem ser regulares, para acompanhamento, e não apenas visitas anuais. É possível prevenir e tratar muitas enfermidades, e quando o cuidado é iniciado precocemente, as chances são ainda maiores”, orienta Molinari.
Outras doenças podem ser diagnosticadas e tratadas através do exame ocular: hipertensão arterial,tumores, disfunções da tireoide, hanseníase, tuberculose, toxoplasmose, doenças reumáticas, AIDS, lúpus, além das citadas acima.
O especialista também alerta a população para o cuidado necessário com as terapêuticas oferecidas no mercado, que prometem a cura de doenças oftalmológicas por meio de métodos duvidosos, além da atuação de profissionais não médicos no cuidado da visão. Ele reforça “a importância dos oftalmologistas para: diagnosticar, prescrever tratamento, acompanhar e orientar adequadamente o paciente quanto às suas necessidades oculares”.
Molinari diz que é essencial que as pessoas entendam o que pode levar à perda de visão e, assim, adotar hábitos de vida saudáveis que só trarão benefícios à sua saúde.
O que você pode fazer para evitar problemas oculares:
Alimentação: balanceada e adequada à sua rotina, incluindo alguns desses alimentos nas refeições e nos lanches: frutas vermelhas e cítricas, cenouras, folhas verdes, ovos, e peixes ajuda a evitar problemas na visão.
Não fume. O tabagismo contribui para uveítes, degeneração macular relacionada à idade (DMRI), síndrome do olho seco, catarata, etc.
Exposição à luz solar, somente com proteção. Uso de bonés, de óculos de sol com proteção anti-UVA/UVB deve ser adotado já na primeira infância. Os raios UVA e UVB são cumulativos e podem levar ao câncer da membrana mucosa e transparente, a conjuntiva, que reveste e protege o globo ocular, além de seu espessamento vascularizado e fibrose (pterígio) e, ainda, inflamação da córnea, catarata, degeneração do vítreo e queimadura da retina com deterioração da visão central.
Evite o uso excessivo de celulares, tablets e computadores, pois eles reduzem a produção de lágrimas (olho seco) e alteram o foco. O uso mais constante da visão de perto pelas crianças tem aumentado a prevalência da miopia.
Evite colírios contendo vasoconstritor ou corticoide sem indicação médica.
Use protetores para evitar traumas oculares nas tarefas domésticas e no trabalho e reforce o cuidado com as crianças, pois os acidentes são mais frequentes no domicílio.
O sono adequado pode combater a fadiga ocular, que leva a irritação nos olhos, dificuldade de acomodação,olho seco ou lacrimejamento, visão turva e sensibilidade à luz. Procure dormir por sete horas e em ambiente com nenhuma ou baixa luminosidade.
Sempre que necessário, agende uma consulta com o médico oftalmologista.