Abril Marrom: prevenção à cegueira é um alerta

No mês de abril, especialistas fazem um chamado para o cuidado com a saúde dos olhos. Quem cuida da visão é o médico oftalmologista.

Oftalmologistas chamam a atenção, no mês de abril, para a importância do diagnóstico precoce com a visão e a prevenção à cegueira. O diretor da Sociedade Mineira de Oftalmologia (SMO), Luiz Carlos Molinari Gomes, faz um alerta para que os cuidados com a avaliação, prescrição e tratamentos só podem ser feitos com um médico especialista. “O diagnóstico de doenças oculares e a indicação seja de óculos, lentes de contato ou mesmo medicamentos, devem ser conduzidos pelo profissional formado em medicina e com obtenção do título de especialista na área.”

A Organização Mundial de Saúde (OMS) sugere como ideal a proporção de um oftalmologista para cada 20 mil habitantes. De acordo com o Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO), o Brasil concentra mais da metade de todos os oftalmologistas da América do Sul, representando um dos maiores contingentes de especialistas no mundo. Cerca de 480 novos especialistas completam sua formação a cada ano.

Molinari ressalta que, na maioria das regiões, há uma proporção superior ao ideal, garantindo uma situação privilegiada no cenário mundial. “Entretanto, ainda se percebe uma distribuição desproporcional população/médicos entre as regiões. Há um grande número de municípios que contam com atendimento oftalmológico sazonal o que, apesar de não ser ideal, consegue diminuir a demanda reprimida local. As áreas, não cobertas regularmente por médicos oftalmologistas, são motivo de frequentes campanhas de atendimento populacional que visam resolver problemas pontuais.”

De acordo com o especialista, a atenção com a saúde ocular deve acontecer durante todas as fases da vida. Tem início na gestação, nos cuidados com a mãe durante o pré-natal, e nos recém-nascidos submetidos ao teste do olhinho, capaz de detectar, ainda na maternidade, doenças como catarata e glaucoma congênitos, tumor e outros problemas oculares. “O uso de óculos falsificados, a prescrição de óculos de grau por não médicos, o tempo exagerado de tela, a administração de medicamentos sem prescrição ou de uso caseiro, também podem levar à cegueira. Vale lembrar que é possível encontrar atendimento gratuito nos postos de saúde da rede pública, portanto, não há desculpa para não cuidar da visão.”

Molinari explica que, alguns problemas demandam maior atenção, como usuários de lentes de contato; pacientes que passaram por cirurgia refrativa; portadores de miopia; glaucoma de difícil controle; portadores de retinopatia diabética – pacientes com diabetes têm 40% de chances de ter glaucoma e 60% de desenvolver catarata –; pessoas com degeneração macular relacionada à idade (DMRI), que é uma perda progressiva da visão central, e a catarata, condição comum que ocorre com o envelhecimento. “Nestes casos, as consultas com o médico oftalmologista devem ser regulares, para acompanhamento, e não apenas visitas anuais. É possível prevenir e tratar muitas enfermidades, e quando o cuidado é iniciado precocemente, as chances são ainda maiores”, orienta.

Dados da saúde ocular

  • A estimativa mundial da deficiência visual é de 36 milhões de pessoas cegas;
  • Cerca de 217 milhões de pessoas com deficiência visual moderada ou grave e 188 milhões de pessoas com deficiência visual leve no mundo;
  • No Brasil, cerca de 3 % da população apresenta deficiência visual moderada, grave ou cegueira;
  • Muitas das causas de deficiência visual irreversível estão relacionadas ao aumento da expectativa de vida da população;
  • Na população infantil verifica-se aumento crescente de deficiências múltiplas relacionadas ao maior tempo de tela;
  • Mais de 82% de todas as pessoas cegas no mundo são maiores de 50 anos.

Garanta mais qualidade e conforto para a visão

  • Durma no mínimo oito horas por dia, menor quantidade pode causar vermelhidão ocular, vista cansada e inchaços;
  • Evite o consumo de bebidas alcóolicas, elas produzem resíduos tóxicos, o que favorece o envelhecimento precoce das células oculares, além da desidratação;
  • Tenha alimentação balanceada. A ingestão de vegetais verdes escuros é indicada, pois eles fornecem vitaminas benéficas para a retina;
  • Não esqueça os óculos escuros com proteção ultravioleta (UV). A luz UV é prejudicial às células da retina, causando o envelhecimento precoce delas. A incidência de raios UV nos olhos podem provocar catarata precoce e desenvolvimento de doenças degenerativas da retina;
  • A baixa umidade do ar causa irritação, ardência e vermelhidão ocular. Ventiladores e ar condicionados devem ser evitados, pois ressecam ainda mais os olhos. Neste caso, o uso de colírios lubrificantes, conhecidos como ‘lágrimas artificias’ é fundamental;
  • Se você precisa de óculos de grau, não deixe de usá-los. Eles evitam problemas oculares e incômodos, como dores de cabeça e cansaço das vistas;
  • Realize consultas oftalmológicas periódicas;

O Dia Mundial do Diabetes é comemorado anualmente em 14 de novembro, data de aniversário de Sir Frederick Banting, codescobridor da insulina, juntamente com Charles Best. Desde 1991, nessa data existe uma mobilização em todo o planeta com a ênfase no azul, cor que reflete o céu e une todas as nações, também a cor do diabetes, cujo símbolo é um círculo azul, figura que simboliza a vida e a saúde.

Alguns objetivos das campanhas do Dia Mundial do Diabetes tem como foco alertar para o impacto da enfermidade, estimular políticas públicas que favoreçam e possibilitem aos portadores da doença viver mais e melhor, promover o diagnóstico precoce e orientar sobre formas de tratamento adequado.

O tema adotado para as campanhas dos anos de 2021 a 2023 é “Acesso aos Cuidados do Diabetes“.

Globalmente, estima-se que 422 milhões de adultos viviam com diabetes em 2014, em comparação com 108 milhões em 1980. A prevalência global de diabetes quase dobrou desde 1980, passando de 4,7% para 8,5% na população adulta. Isso reflete um aumento nos fatores de risco associados, como sobrepeso ou obesidade.

Diabetes é uma doença crônica na qual o corpo não produz insulina ou não consegue empregar adequadamente a insulina – hormônio produzido pelo pâncreas responsável pela manutenção do metabolismo da glicose. Sua falta provoca déficit na metabolização da glicose e, consequentemente, diabetes. Caracteriza-se por altas taxas de açúcar no sangue (hiperglicemia) de forma permanente.

Dentre os problemas graves advindos com a doença está a retinopatia diabética, que pode levar à cegueira

O Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO) e a Sociedade Mineira de Oftalmologia (SMO), tentam estimular a população a entender melhor a diabetes e os graves problemas que ela pode causar no olhos, dentre eles, o glaucoma, a catarata e a retinopatia diabética que, se não identificados e tratados precocemente, podem levar à cegueira.

De acordo com dados divulgados pela Organização Mundial da Saúde (OMS), no Brasil existem aproximadamente 16 milhões de pessoas com diabetes. A retinopatia diabética (RD) é uma das principais causas de perda visual grave. Afeta cerca de 30 milhões de indivíduos em todo o mundo e pode ser prevenida com rastreamento, detecção e tratamento oportunos. Entretanto, mesmo em países de alta renda, o acesso a exames oftalmológicos anuais é limitado a apenas um terço a metade dos adultos com diabetes, deixando um número substancial de pacientes em risco.

Ainda segundo a OMS, uma em cada 11 pessoas no mundo convive com diabetes. No Brasil, em um intervalo de 10 anos, houve um aumento de 60% no diagnóstico da doença, sendo 16 milhões de pessoas com diabetes. Na última Pesquisa de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico, publicada em maio de 2020, no período entre 2006 e 2019 a prevalência de diabetes passou de 5,5% para 7,4%. A situação é grave e é importante que medidas de conscientização e prevenção sejam adotadas em caráter de urgência, segundo especialistas.

Segundo o diretor da SMO, Luiz Carlos Molinari Gomes, uma das principais complicações do mau controle do diabetes, é a retinopatia diabética. Cerca de 35% a 40% dos quatro milhões de brasileiros com retinopatia tem diabetes. O problema é causado pelo índice elevado de glicemia que degenera a retina e é a principal causa de cegueira irreversível em pacientes com diabetes.

De acordo com o Relatório Global da OMS, em 2014, há no mundo 146 milhões de adultos com esta doença ocular. Ela é responsável por 4,8% dos 37 milhões de casos de cegueira, o que equivale a 1,8 milhão de pessoas mundialmente. “As altas taxas de glicemia degeneram a retina e, com o tempo, a visão pode ser afetada, sendo a principal causa de cegueira.”

Um dos grandes problemas para a alta dos números tanto da diabetes quando da retinopatia diabética, segundo Molinari, é que a procura por exames, durante a pandemia, caiu drasticamente. Segundo levantamento do CBO, publicado no ano passado, entre janeiro e maio de 2020, o número de atendimentos caiu 36%, quando comparado com o mesmo período de 2019. Foram realizadas 2,5 milhões de consultas em 2020, contra 3,9 milhões em 2019. O oftalmologista explica que a diabetes é uma das principais causas de cegueira em pessoas em idade produtiva, dos 20 aos 60 anos, sendo que cerca de 90% dos casos poderiam ser evitados, com diagnóstico precoce e tratamento adequado.

Além de sensibilizar as pessoas sobre os riscos da retinopatia diabética, o CBO e a SMO se unem para educar as pessoas para que mudem seus hábitos e consigam controlar as taxas de glicemia, além de alertar para a importância da ida ao oftalmologista regularmente para realizar os exames preventivos de visão.

Entenda mais sobre a Retinopatia Diabética
  • É uma doença silenciosa. O paciente deve fazer exames oftalmológicos regulares e procurar um especialista caso tenha o diagnóstico de diabetes;
  • É caracterizada por uma lesão nos pequenos vasos sanguíneos que nutrem a retina, a região do olho responsável pela formação das imagens enviadas ao cérebro, formando a visão. A doença ocorre quando os níveis de glicose no sangue estão muito elevados, o que propicia dilatações e rompimentos das veias;
  • É a maior causa de cegueira em adultos e pode afetar jovens, adultos e idosos. Estima-se que 90% das pessoas com Diabetes tipo 1 e 60% das pessoas com a tipo 2 possam desenvolver a Retinopatia Diabética;
  • A pessoa passa a ver pontos ou manchas fluentes, tem dificuldade de distinguir cores e enxergar à noite;
  • Nos casos leves, a retinopatia diabética e o edema macular diabético são tratadas com o controle do diabetes, por meio da reeducação alimentar e o uso de insulina;
  • Casos mais graves necessitam de outros tratamentos, podendo haver a regressão da doença e a visão pode ser recuperada. Mas quanto maior a demora na intervenção, maior a degeneração das células da retina e a perda visual se torna irreversível.

retinopatia diabética pode aparecer  após alguns anos do inicio do diabetes e se deve também ao descontrole dos níveis de  glicemia. Ela afeta os pequenos vasos da retina e tem de ser controlada periodicamente através de exame de fundo de olho por um especialista em retina. Quando a retinopatia diabética não é tratada precocemente,  pode levar à perda irreversível da visão. Controle adequado dos níveis de glicose no sangue e visitas periódicas ao oftalmologista  são essenciais para evitar complicações oculares. Quando a retinopatia diabética evolui para a formação de edema de mácula é necessário recorrer a tratamento que pode ser aplicação de laser na retina ou injeções com medicamento antiangiogênico.

Em abril é celebrado o mês de Prevenção e Combate à Cegueira. O diretor da Sociedade Mineira de Oftalmologia, Luiz Calos Molinari, fala no NOVO PODCAST AMMG sobre os perigos para a saúde da visão, da gestação à fase adulta, e como os médicos podem orientar seus pacientes.

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A prevenção começa na infância. Especialistas chamam a atenção para o cuidado no uso de óculos falsificados, tempo exagerado de tela e a administração de medicamentos sem prescrição.

A atenção com a saúde ocular deve acontecer durante todas as fases da vida. Problemas com a visão podem dar os sinais em tenra idade e  a prevenção começa desde os primeiros dias de vida. Tem início na gestação, nos cuidados com a mãe durante o pré-natal, e nos recém-nascidos submetidos ao teste do olhinho, que é capaz de detectar, ainda na maternidade, doenças como catarata e glaucoma congênitos, tumor e outros problemas oculares.

A Sociedade Mineira de Oftalmologia chama a atenção, no mês de abril, que além da importância do diagnóstico precoce, os cuidados também devem ser tomados quanto ao uso de óculos falsificados, prescrição de óculos  de grau por não médicos, o tempo exagerado de telas, a administração de medicamentos sem prescrição ou de uso caseiro, que podem levar à cegueira.

Segundo dados do Ministério da Saúde, cerca de 40% das causas de cegueira infantil são evitáveis ou tratáveis, e a prevenção é o melhor tratamento. A toxoplasmose, a rubéola e a sífilis podem afetar as mães e causar cegueira e problemas neurológicos na criança. E, durante a formação do feto, pode ocorrer má-formação dos olhos. O acometimento destes problemas torna o exame pré-natal essencial, uma vez que, com ele, será possível identificar precocemente e tratar adequadamente cada doença detectada, para que o bebê tenha uma boa saúde ocular.

É possível encontrar atendimento gratuito nos postos de saúde da rede pública. A unidade de saúde deverá prestar todas as informações a respeito da importância do pré-natal, como ter uma alimentação saudável, higiene pessoal e comportamento sexual. A saúde ocular do bebê precisa ser garantida desde essa fase. A mãe e o pediatra que trata do bebê precisam estar atentos ao tamanho, brilho, cor e o aspecto geral dos olhos do recém-nascido. Esse simples ato pode identificar possíveis alterações ou anormalidades. Trata-se do Teste do Olhinho, que detecta principalmente a catarata congênita, entre outras alterações, sendo um importante fator de prevenção da ambliopia no adulto. Em caso de qualquer problema, deve-se procurar um oftalmologista.

Recém-nascido até os 12 anos

A criança deve ser encaminhada ao oftalmologista antes de completar um ano, para identificar problemas que possam impedir o desenvolvimento de uma visão de qualidade, e prevenir a cegueira infantil. “Os erros de refração, assim como o estrabismo, devem ser diagnosticados o mais precocemente possível, propiciando a melhor visão com a correção óptica adequada, evitando o atraso do desenvolvimento e o olho preguiçoso (ambliopia). São indicados exames aos quatro e depois em torno dos seis anos, e antes da alfabetização, e aos oito anos, fase em que o olho humano completa o desenvolvimento funcional definitivo. Após estas etapas da infância as visitas ao especialista são anuais, ou a qualquer momento, caso haja queixas oculares.

A partir dos 13 anos

Levando-se em conta que o olho também envelhece, dos 13 aos 20 anos de idade os problemas de refração são mais frequentes (miopia, hipermetropia e astigmatismo), assim como o ceratocone, comum neste período da vida. Tais irregularidades visuais podem ser solucionadas com o uso de lentes corretoras, e até cirurgias personalizadas, nas idades adequadas e atendendo às indicações específicas. Essas são as de correção de grau e as técnicas de contenção do desenvolvimento do ceratocone.

Aos 40 anos

Aos 40 anos, o oftalmologista é procurado para solucionar as dificuldades de visão de perto; a presbiopia, conhecida como ‘vista cansada. É importante que neste período o paciente seja submetido a uma avaliação oftalmológica, e não adquira no comércio as lupas para leitura, pois pode haver um mascaramento de problemas oculares, como catarata, glaucoma e outras.

A partir dos 60 anos

Por volta dos 60 ou 65 anos podem surgir problemas com a perda da transparência do cristalino, ou catarata, um risco real de cegueira, reversível com o auxílio de cirurgia e implante de lente intraocular.

Cuidados especiais

Alguns problemas demandam maior atenção, como nos casos de pacientes usuários de lentes de contato, que passaram por cirurgia refrativa, como miopia, glaucoma de difícil controle e portadores de retinopatia diabética ou degeneração macular relacionada à idade (DMRI). Nesses casos, as consultas com o oftalmologista devem ser frequentes, para acompanhamento, e não apenas anuais. Destacamos que é possível prevenir e tratar muitas enfermidades, e quando o cuidado é iniciado precocemente as chances são ainda maiores. O exame é um ato médico e só deve ser realizado pelo oftalmologista.

No dia a dia algumas medidas são simples e contribuem para evitar doenças oculares. Mantenha os olhos sempre higienizados, utilize óculos de sol, bonés, chapéus, para proteger do vento e das ações de raios UVA e UVB e evite coçá-los com frequência. No caso de olho seco, o profissional pode indicar lubrificantes oculares, ou lágrimas artificiais adequadas. Evite automedicação, como colírios contendo corticoides, que podem aumentar a incidência de catarata ou glaucoma. Mediante qualquer queixa, como dor, sensação de areia, olhos vermelhos ou falhas na visão, procure um oftalmologista.

Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), revelam que 60% a 80% dos casos de cegueira são evitáveis, por isso, especialistas convocam a população para a retomada das consultas de rotina e para não desconsiderarem o acompanhamento com o oftalmologista.

Alguns problemas demandam maior atenção, como usuários de lentes de contato; pacientes que passaram por cirurgia refrativa; portadores de miopia; glaucoma de difícil controle; portadores de retinopatia diabética – pacientes com diabetes têm 40% de chances de ter glaucoma e 60% de desenvolver catarata –; pessoas com degeneração macular relacionada à idade (DMRI), que é uma perda progressiva da visão central, e a catarata, condição comum que ocorre com o envelhecimento. Nestes casos, as consultas com o oftalmologista devem ser regulares, para acompanhamento, e não apenas visitas anuais. É possível prevenir e tratar muitas enfermidades, e quando o cuidado é iniciado precocemente, as chances são ainda maiores.

Dicas para cuidar da visão
  • Não compre óculos falsificados, pois o uso indiscriminado pode gerar consequências sérias. No caso dos de sol, podem deixar os olhos ainda mais expostos aos raios ultravioleta;
  • A ambliopia é um problema ocular que atinge de 2 a 3% da população infantil. A doença consiste na baixa acuidade visual causada por alterações que prejudicam o desenvolvimento correto da visão. Com o acompanhamento do especialista durante a fase de desenvolvimento visual, problemas de refração vão sendo identificados e corrigidos; o que, em alguns casos, faz com que a ambliopia sequer tenha tempo de se instalar;
  • Reduza o tempo de tela. A principal causa da miopia é a herança genética, mas a exposição excessiva a telas e a redução do tempo ao ar livre interferem em sua manifestação. Especialistas defendem que sejam feitas mudanças na rotina dos jovens para manter a saúde ocular e prevenir ou reduzir a doença;
  • Adote hábitos de vida tenha uma alimentação balanceada;
  • Não fume;
  • Consulte um oftalmologista regularmente. Em caso de prevalência de doenças oculares na família, procure um especialista o quanto antes.O oftalmologista é o médico que deverá ser procurado para detectar as alterações oculares, em qualquer faixa etária.

Cuide de sua saúde ocular!

Conte conosco. Conte com a Sociedade Mineira de Oftalmologia/AMMG/CBO.

Neste dia 10 de julho é comemorado o Dia Mundial da Saúde Ocular. Você sabia que 80% da relação do ser humano com o mundo se dá por meio da visão? Para que o sentido da visão seja aproveitado de forma plena, é fundamental cuidarmos de nossa saúde visual desde cedo.

Confira abaixo a edição especial do Dia Mundial da Saúde Ocular do podcast SMO Talks, realizado em parceria com a Associação Médica de Minas Gerais, onde nosso diretor, Dr. Luiz Carlos Molinari, falou sobre os cuidados que devemos ter desde a infância para cuidarmos da nossa saúde ocular.

Perda da visão atinge milhares de brasileiros, mas pode ser evitável

 

A Sociedade Mineira de Oftalmologia (SMO), em parceria com a Associação Médica de Minas Gerais (AMMG), alerta para o combate à cegueira com o ‘Abril Marrom‘, mês que marca a campanha. Segundo o Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO), o Brasil possui 1,2 milhão de cegos. São mais de seis milhões de brasileiros com alguma deficiência visual, com causas variáveis. De acordo com o diretor da SMO, Luiz Carlos Molinari, na maioria dos casos, a perda da visão poderia ter sido evitada com prevenção e diagnóstico precoce, além de manter um acompanhamento com o médico oftalmologista. “Especialmente durante a pandemia da Covid-19 os cuidados com a saúde dos olhos não devem ser negligenciados”, explica.

Molinari orienta que a atenção com a saúde ocular deve acontecer durante todas as fases da vida, desde a gestação, com o pré-natal, os cuidados do recém-nascido (incluindo infecções congênitas, conjuntivites), infância (estrabismo, erros de refração-miopia, hipermetropia, astigmatismo), passando pela vida adulta até a velhice. “Outros problemas requerem maior cuidado, como pacientes que usam lentes de contato, têm miopia, glaucoma, ou passaram por cirurgia retrativa, por exemplo.”

O especialista ainda lembra que portadores de retinopatia diabética têm 40% de chances de ter glaucoma, e 60% de desenvolver catarata; e pacientes com degeneração macular relacionada à idade (DMRI), que é uma perda progressiva da visão central, e a catarata, condição comum que ocorre com o envelhecimento. “Nesses casos, as consultas com o oftalmologista devem ser regulares, para acompanhamento, e não apenas visitas anuais.” Outras doenças podem ser diagnosticadas e tratadas através do exame ocular: hipertensão arterial, tumores, disfunções da tireoide, hanseníase, tuberculose, toxoplasmose, doenças reumáticas, Aids, lúpus, além das citadas acima.

O especialista também alerta a população para o cuidado necessário com as terapêuticas oferecidas no mercado, que prometem a cura de doenças oftalmológicas por meio de métodos duvidosos, além da atuação de profissionais não médicos no cuidado da visão. Ele reforça “a importância dos oftalmologistas para: diagnosticar, prescrever tratamento, acompanhar e orientar adequadamente o paciente quanto às suas necessidades oculares”. Especialmente, durante a pandemia, oriente-se previamente sobre como será a sua consulta e os seus exames e compareça!

O que você pode fazer para evitar problemas oculares:

– Alimentação: balanceada e adequada à sua rotina, incluindo alguns desses alimentos nas refeições e nos lanches: frutas vermelhas e cítricas, cenouras, folhas verdes, ovos, e peixes ajuda a evitar problemas na visão.

– Não fume. O tabagismo contribui para uveítes, degeneração macular relacionada à idade (DMRI), síndrome do olho seco, catarata, etc.

– Não tome sol sem proteção. O uso de óculos de sol com proteção anti-UVA/UVB deve ser adotado já na primeira infância. Os raios UVA e UVB são cumulativos e podem levar ao câncer da membrana mucosa e transparente, a conjuntiva, que reveste e protege o globo ocular, além de seu espaçamento e fibrose (pterígio) e, ainda, inflamação da córnea, catarata, degeneração do vítreo e queimadura da retina com deterioração da visão central.

– Evite o uso excessivo de celulares, tablets e computadores, pois eles reduzem a produção de lágrimas (olho seco) e alteram o foco. O uso mais constante da visão de perto pelas crianças tem aumentado a prevalência da miopia.

– Evite colírios contendo vasocontritor ou corticoide sem indicação médica.

– Use protetores para evitar traumas oculares nas tarefas domésticas e no trabalho e reforce o cuidado com as crianças, pois os acidentes são mais frequentes no domicílio.

– O sono adequado pode contribuir para a fadiga ocular, que leva a irritação nos olhos, dificuldade de acomodação,olho seco ou lacrimejamento, visão turva e sensibilidade à luz. Procure dormir por sete horas e em ambiente com nenhuma ou baixa luminosidade.

– Agende uma consulta com o médico oftalmologista, sempre que necessário.

O diabetes mellitus é uma doença bastante prevalente. Estima-se que aproximadamente 10% da população mundial é diabética. Trata-se de uma doença que pode afetar a saúde ocular, principalmente quando acomete uma estrutura nobre do olho denominada retina. Retinopatia diabética é o termo utilizado quando existe comprometimento da retina pelo diabetes. A retinopatia diabética é a principal causa de baixa visual em pacientes na faixa etária economicamente ativa, ou seja, pacientes entre 25 e 65 anos. O comprometimento visual tem um grande impacto na qualidade de vida do paciente diabético. Abaixo encontram-se 4 dicas para preservação da saúde ocular do paciente diabético:

  1. Mantenha controle periódico com médico endocrinologista. Ele será responsável por solicitar exames complementares necessários e orientar sobre o tratamento sistêmico. O tratamento deve ser individualizado, muitas vezes a medicação de um paciente difere da necessidade de outro paciente. Portanto, siga as orientações do seu endocrinologista em relação aos medicamentos para o controle/tratamento da sua doença.
  2. Tenha uma alimentação balanceada, se possível sob orientação do nutricionista. A alimentação balanceada tem papel não somente para o controle glicêmico, mas também para melhoria do bem-estar geral dos indivíduos.
  3. Faça exercícios físicos regularmente. A atividade física é muito importante para a manutenção da saúde como um todo. No caso do diabetes, os exercícios ajudam a controlar os níveis de açúcar e melhoram a ação da insulina, além de ajudar a reduzir/controlar o peso e fortalecer o coração.
  4. Visite seu médico oftalmologista. Todo paciente diabético deve passar regularmente por um exame de fundo de olho. O objetivo desse exame é diagnosticar precocemente a retinopatia diabética e preservar a boa visão do paciente. Com o diagnóstico precoce, o tratamento será mais simples e possivelmente com excelentes resultados visuais. Doenças em estágio avançado tornam os tratamentos mais complexos e a baixa visual pode ser irreversível em alguns casos.

Atualmente existem várias modalidades de tratamento da retinopatia diabética, desde a aplicação de LASER, uso de medicamentos intraoculares e cirurgias. O tratamento da retinopatia diabética é eficaz em mais de 90% dos casos na prevenção de baixa visual.

Faça uma consulta com o oftalmologista! Ele é fundamental para a preservação da saúde ocular do paciente diabético.

*Artigo publicado por Frederico Braga Pereira – Oftalmologista associado à SMO.

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