Luxturna: um tratamento inovador para distrofia retiniana

Um marco na oftalmologia mineira! Em dezembro de 2023, foi realizada a primeira cirurgia de terapia genética com Luxturna em Belo Horizonte, marcando a inauguração do primeiro centro de terapia genética na cidade, o quarto na América Latina. Este avanço fortalece Minas Gerais como um importante polo de referência na oftalmologia e medicina, abrindo portas para melhorar o acesso dos pacientes ao tratamento.

Nosso orgulho cresce ainda mais ao receber o reconhecimento da Sociedade Brasileira de Retina e Vítreo: o vídeo da primeira cirurgia de terapia genética realizada em BH foi eleito o melhor vídeo cirúrgico e recebeu o prêmio André Gomes, neste final de semana!

Luxturna é um tratamento inovador para distrofia retiniana associada à mutação do gene RPE65, uma doença genética rara que causa perda progressiva da visão. Aprovado pela FDA e ANVISA, Luxturna é o primeiro tratamento para doenças hereditárias da retina, entregando uma cópia funcional do gene RPE65 nas células da retina por meio de uma injeção subretiniana.

Os resultados promissores dos estudos clínicos mostram melhora significativa da visão em pacientes, impactando profundamente sua qualidade de vida e a de suas famílias. Além disso, a aprovação do Luxturna representa um marco na medicina personalizada, abrindo caminho para terapias genéticas para outras doenças raras.
Embora o acesso ao tratamento ainda seja um desafio devido ao alto custo, estamos inspirados pelo poder da ciência e da medicina em melhorar vidas. Acreditamos que, à medida que a pesquisa avança, veremos mais avanços neste campo promissor.

O maior risco da alta miopia é o crescimento do comprimento axial do olho, que aumenta o risco de perda da visão na idade adulta por glaucoma, degeneração macular e catarata precoce.

Hoje a oftalmologia conta com recursos que além de corrigir a miopia controla sua progressão que é mais intensa na infância. Um deles é o colírio de Atropina, na concentração de 0,01%, que pode ser associado a lentes de contato-ortoceratologia ou outras, como o óculos com um design capaz de inibir o crescimento do olho, ao projetar a imagem na frente da retina. Os óculos e lentes convencionais projetam as imagens atrás da retina e por isso podem não evitar a progressão da miopia.

As atividades nos ambientes ao ar livre propiciam a claridade do sol na infância, estimulando a produção de dopamina, hormônio capaz de fortalecer a esclera, parte branca do olho, uma túnica fibrosa que o reveste e funciona dando sustentação ao globo ocular. Por isso, para proteger a saúde ocular das crianças, recomenda-se duas horas diárias de atividades sob a claridade.

Crianças no celular: saiba o tempo ideal para cada idade
  • Menores de 2 anos: nenhum contato com telas ou videogames;
  • Dos 2 aos 5 anos: até uma hora por dia;
  • Dos 06 aos 10 anos: entre uma e duas horas por dia;
  • Dos 11 aos 18 anos: entre duas e três horas por dia;
    (Fonte: Sociedade Brasileira de Pediatria)

Até os 10 anos de idade os olhos estão em desenvolvimento, e neste período é essencial que sejam estimulados por imagens claras. A OMS (Organização Mundial da Saúde) recomenda que o uso de computador e outros equipamentos não ultrapasse duas horas/dia, dos 3 aos 10 anos, para não comprometer o desenvolvimento nesta faixa etária.

O excesso do uso de telas na infância para enxergar próximo induz a um espasmo dos músculos ciliares que provoca a miopia acomodativa, uma dificuldade temporária de enxergar à distância, que pode se transformar em miopia permanente caso a criança não saia da frente das telas para descansar os olhos.

(Fonte: Universo Visual)

A Sociedade Mineira de Oftalmologia te ajuda a participar do CBO 2024, evento histórico que atualiza oftalmologistas há 68 anos!

Uma oportunidade única de vivenciar diversas oportunidades de atualização, networking e troca de experiências com grandes nomes da oftalmologia.

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*Cupom válido somente para sócios quites da SMO e CBO.

A Sociedade Mineira de Oftalmologia realizou no último sábado, 24 de fevereiro, no Centro de Convenções e Eventos da Associação Médica de Minas Gerais, o curso de atualização com o tema “Baixa visão: avaliação, intervenção e perspectivas“.

O curso foi aberto a oftalmologistas, residentes e fellows em oftalmologia, pediatras, neurologistas e acadêmicos de medicina e demais profissionais de equipes multidisciplinares como fisioterapeutas, terapeutas ocupacionais, fonoaudiólogos, pedagogos e psicólogos, com apoio da Associação Médica de Minas Gerais.

A SMO agradece a participação de todos(as)!

No mês de abril, especialistas fazem um chamado para o cuidado com a saúde dos olhos. Quem cuida da visão é o médico oftalmologista.

Oftalmologistas chamam a atenção, no mês de abril, para a importância do diagnóstico precoce com a visão e a prevenção à cegueira. O diretor da Sociedade Mineira de Oftalmologia (SMO), Luiz Carlos Molinari Gomes, faz um alerta para que os cuidados com a avaliação, prescrição e tratamentos só podem ser feitos com um médico especialista. “O diagnóstico de doenças oculares e a indicação seja de óculos, lentes de contato ou mesmo medicamentos, devem ser conduzidos pelo profissional formado em medicina e com obtenção do título de especialista na área.”

A Organização Mundial de Saúde (OMS) sugere como ideal a proporção de um oftalmologista para cada 20 mil habitantes. De acordo com o Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO), o Brasil concentra mais da metade de todos os oftalmologistas da América do Sul, representando um dos maiores contingentes de especialistas no mundo. Cerca de 480 novos especialistas completam sua formação a cada ano.

Molinari ressalta que, na maioria das regiões, há uma proporção superior ao ideal, garantindo uma situação privilegiada no cenário mundial. “Entretanto, ainda se percebe uma distribuição desproporcional população/médicos entre as regiões. Há um grande número de municípios que contam com atendimento oftalmológico sazonal o que, apesar de não ser ideal, consegue diminuir a demanda reprimida local. As áreas, não cobertas regularmente por médicos oftalmologistas, são motivo de frequentes campanhas de atendimento populacional que visam resolver problemas pontuais.”

De acordo com o especialista, a atenção com a saúde ocular deve acontecer durante todas as fases da vida. Tem início na gestação, nos cuidados com a mãe durante o pré-natal, e nos recém-nascidos submetidos ao teste do olhinho, capaz de detectar, ainda na maternidade, doenças como catarata e glaucoma congênitos, tumor e outros problemas oculares. “O uso de óculos falsificados, a prescrição de óculos de grau por não médicos, o tempo exagerado de tela, a administração de medicamentos sem prescrição ou de uso caseiro, também podem levar à cegueira. Vale lembrar que é possível encontrar atendimento gratuito nos postos de saúde da rede pública, portanto, não há desculpa para não cuidar da visão.”

Molinari explica que, alguns problemas demandam maior atenção, como usuários de lentes de contato; pacientes que passaram por cirurgia refrativa; portadores de miopia; glaucoma de difícil controle; portadores de retinopatia diabética – pacientes com diabetes têm 40% de chances de ter glaucoma e 60% de desenvolver catarata –; pessoas com degeneração macular relacionada à idade (DMRI), que é uma perda progressiva da visão central, e a catarata, condição comum que ocorre com o envelhecimento. “Nestes casos, as consultas com o médico oftalmologista devem ser regulares, para acompanhamento, e não apenas visitas anuais. É possível prevenir e tratar muitas enfermidades, e quando o cuidado é iniciado precocemente, as chances são ainda maiores”, orienta.

Dados da saúde ocular

  • A estimativa mundial da deficiência visual é de 36 milhões de pessoas cegas;
  • Cerca de 217 milhões de pessoas com deficiência visual moderada ou grave e 188 milhões de pessoas com deficiência visual leve no mundo;
  • No Brasil, cerca de 3 % da população apresenta deficiência visual moderada, grave ou cegueira;
  • Muitas das causas de deficiência visual irreversível estão relacionadas ao aumento da expectativa de vida da população;
  • Na população infantil verifica-se aumento crescente de deficiências múltiplas relacionadas ao maior tempo de tela;
  • Mais de 82% de todas as pessoas cegas no mundo são maiores de 50 anos.

Garanta mais qualidade e conforto para a visão

  • Durma no mínimo oito horas por dia, menor quantidade pode causar vermelhidão ocular, vista cansada e inchaços;
  • Evite o consumo de bebidas alcóolicas, elas produzem resíduos tóxicos, o que favorece o envelhecimento precoce das células oculares, além da desidratação;
  • Tenha alimentação balanceada. A ingestão de vegetais verdes escuros é indicada, pois eles fornecem vitaminas benéficas para a retina;
  • Não esqueça os óculos escuros com proteção ultravioleta (UV). A luz UV é prejudicial às células da retina, causando o envelhecimento precoce delas. A incidência de raios UV nos olhos podem provocar catarata precoce e desenvolvimento de doenças degenerativas da retina;
  • A baixa umidade do ar causa irritação, ardência e vermelhidão ocular. Ventiladores e ar condicionados devem ser evitados, pois ressecam ainda mais os olhos. Neste caso, o uso de colírios lubrificantes, conhecidos como ‘lágrimas artificias’ é fundamental;
  • Se você precisa de óculos de grau, não deixe de usá-los. Eles evitam problemas oculares e incômodos, como dores de cabeça e cansaço das vistas;
  • Realize consultas oftalmológicas periódicas;

Aconteceu de três a cinco de novembro, o 41º Congresso do Hospital São Geraldo, em Belo Horizonte, MG. A Associação Médica de Minas Gerais (AMMG) esteve presente com o presidente da entidade, Fábio Augusto de Castro Guerra e também o diretor de Comunicação e Marketing da AMMG e diretor da Sociedade Mineira de Oftalmologia (SMO), Luiz Carlos Molinari Gomes. Valério Ribeiro, assessor jurídico da SMO, também esteve presente.

Neste ano, o encontro retornou seu formato presencial e proporcionou a discussão das novidades e atualidades na oftalmologia, com a proximidade e interatividade que só são possíveis em encontros próximos, olho no olho.

O programa científico contou com a participação de destacados colegas nacionais e estrangeiros, mantendo o já conhecido nível científico elevado do evento. Alguns destaques especiais neste ano foram: o Simpósio de Miopia Infantil, tema que tem gerado muito interesse na população geral e em toda a comunidade oftalmológica; o Debate sobre Lentes Intra-oculares, com uma sessão onde alguns dos mais experientes cirurgiões de catarata no Brasil debatendo e trocando experiências sobre as muitas opções e variedade de LIOs disponíveis atualmente, num formato aberto e informal, sem aulas tradicionais, com as luzes da sala acesas e estimulando a participação da audiência.

Aconteceram também os Encontros com Experts, um espaço destinado ao participante para discutir frente a frente com um expert um caso de seu consultório ou uma dúvida sobre um assunto de seu interesse.

Fonte: Hospital São Geraldo / Associação Médica de Minas Gerais

Fotos: Arquivo Pessoal

O Dia Mundial do Diabetes é comemorado anualmente em 14 de novembro, data de aniversário de Sir Frederick Banting, codescobridor da insulina, juntamente com Charles Best. Desde 1991, nessa data existe uma mobilização em todo o planeta com a ênfase no azul, cor que reflete o céu e une todas as nações, também a cor do diabetes, cujo símbolo é um círculo azul, figura que simboliza a vida e a saúde.

Alguns objetivos das campanhas do Dia Mundial do Diabetes tem como foco alertar para o impacto da enfermidade, estimular políticas públicas que favoreçam e possibilitem aos portadores da doença viver mais e melhor, promover o diagnóstico precoce e orientar sobre formas de tratamento adequado.

O tema adotado para as campanhas dos anos de 2021 a 2023 é “Acesso aos Cuidados do Diabetes“.

Globalmente, estima-se que 422 milhões de adultos viviam com diabetes em 2014, em comparação com 108 milhões em 1980. A prevalência global de diabetes quase dobrou desde 1980, passando de 4,7% para 8,5% na população adulta. Isso reflete um aumento nos fatores de risco associados, como sobrepeso ou obesidade.

Diabetes é uma doença crônica na qual o corpo não produz insulina ou não consegue empregar adequadamente a insulina – hormônio produzido pelo pâncreas responsável pela manutenção do metabolismo da glicose. Sua falta provoca déficit na metabolização da glicose e, consequentemente, diabetes. Caracteriza-se por altas taxas de açúcar no sangue (hiperglicemia) de forma permanente.

Dentre os problemas graves advindos com a doença está a retinopatia diabética, que pode levar à cegueira

O Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO) e a Sociedade Mineira de Oftalmologia (SMO), tentam estimular a população a entender melhor a diabetes e os graves problemas que ela pode causar no olhos, dentre eles, o glaucoma, a catarata e a retinopatia diabética que, se não identificados e tratados precocemente, podem levar à cegueira.

De acordo com dados divulgados pela Organização Mundial da Saúde (OMS), no Brasil existem aproximadamente 16 milhões de pessoas com diabetes. A retinopatia diabética (RD) é uma das principais causas de perda visual grave. Afeta cerca de 30 milhões de indivíduos em todo o mundo e pode ser prevenida com rastreamento, detecção e tratamento oportunos. Entretanto, mesmo em países de alta renda, o acesso a exames oftalmológicos anuais é limitado a apenas um terço a metade dos adultos com diabetes, deixando um número substancial de pacientes em risco.

Ainda segundo a OMS, uma em cada 11 pessoas no mundo convive com diabetes. No Brasil, em um intervalo de 10 anos, houve um aumento de 60% no diagnóstico da doença, sendo 16 milhões de pessoas com diabetes. Na última Pesquisa de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico, publicada em maio de 2020, no período entre 2006 e 2019 a prevalência de diabetes passou de 5,5% para 7,4%. A situação é grave e é importante que medidas de conscientização e prevenção sejam adotadas em caráter de urgência, segundo especialistas.

Segundo o diretor da SMO, Luiz Carlos Molinari Gomes, uma das principais complicações do mau controle do diabetes, é a retinopatia diabética. Cerca de 35% a 40% dos quatro milhões de brasileiros com retinopatia tem diabetes. O problema é causado pelo índice elevado de glicemia que degenera a retina e é a principal causa de cegueira irreversível em pacientes com diabetes.

De acordo com o Relatório Global da OMS, em 2014, há no mundo 146 milhões de adultos com esta doença ocular. Ela é responsável por 4,8% dos 37 milhões de casos de cegueira, o que equivale a 1,8 milhão de pessoas mundialmente. “As altas taxas de glicemia degeneram a retina e, com o tempo, a visão pode ser afetada, sendo a principal causa de cegueira.”

Um dos grandes problemas para a alta dos números tanto da diabetes quando da retinopatia diabética, segundo Molinari, é que a procura por exames, durante a pandemia, caiu drasticamente. Segundo levantamento do CBO, publicado no ano passado, entre janeiro e maio de 2020, o número de atendimentos caiu 36%, quando comparado com o mesmo período de 2019. Foram realizadas 2,5 milhões de consultas em 2020, contra 3,9 milhões em 2019. O oftalmologista explica que a diabetes é uma das principais causas de cegueira em pessoas em idade produtiva, dos 20 aos 60 anos, sendo que cerca de 90% dos casos poderiam ser evitados, com diagnóstico precoce e tratamento adequado.

Além de sensibilizar as pessoas sobre os riscos da retinopatia diabética, o CBO e a SMO se unem para educar as pessoas para que mudem seus hábitos e consigam controlar as taxas de glicemia, além de alertar para a importância da ida ao oftalmologista regularmente para realizar os exames preventivos de visão.

Entenda mais sobre a Retinopatia Diabética
  • É uma doença silenciosa. O paciente deve fazer exames oftalmológicos regulares e procurar um especialista caso tenha o diagnóstico de diabetes;
  • É caracterizada por uma lesão nos pequenos vasos sanguíneos que nutrem a retina, a região do olho responsável pela formação das imagens enviadas ao cérebro, formando a visão. A doença ocorre quando os níveis de glicose no sangue estão muito elevados, o que propicia dilatações e rompimentos das veias;
  • É a maior causa de cegueira em adultos e pode afetar jovens, adultos e idosos. Estima-se que 90% das pessoas com Diabetes tipo 1 e 60% das pessoas com a tipo 2 possam desenvolver a Retinopatia Diabética;
  • A pessoa passa a ver pontos ou manchas fluentes, tem dificuldade de distinguir cores e enxergar à noite;
  • Nos casos leves, a retinopatia diabética e o edema macular diabético são tratadas com o controle do diabetes, por meio da reeducação alimentar e o uso de insulina;
  • Casos mais graves necessitam de outros tratamentos, podendo haver a regressão da doença e a visão pode ser recuperada. Mas quanto maior a demora na intervenção, maior a degeneração das células da retina e a perda visual se torna irreversível.

retinopatia diabética pode aparecer  após alguns anos do inicio do diabetes e se deve também ao descontrole dos níveis de  glicemia. Ela afeta os pequenos vasos da retina e tem de ser controlada periodicamente através de exame de fundo de olho por um especialista em retina. Quando a retinopatia diabética não é tratada precocemente,  pode levar à perda irreversível da visão. Controle adequado dos níveis de glicose no sangue e visitas periódicas ao oftalmologista  são essenciais para evitar complicações oculares. Quando a retinopatia diabética evolui para a formação de edema de mácula é necessário recorrer a tratamento que pode ser aplicação de laser na retina ou injeções com medicamento antiangiogênico.

De acordo com o Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO), a cada 100.000 pessoas no mundo, de 4 a 600 delas desenvolvem o ceratocone. Também conhecido como distrofia contínua e progressiva, o ceratocone é uma doença que afeta a córnea, parte transparente do olho, deixando-a mais fina e menos resistente. Com a pressão intraocular constante sobre ela, ocorre uma modificação na sua espessura e formato, que adquire uma aparência “pontiaguda”.

Sua maior incidência ocorre na adolescência, entre os 13 e 18 anos de idade. Em geral, afeta em 90% dos casos ambos os olhos, tanto em homens como mulheres. A doença progride aproximadamente de seis a oito anos e, depois, tende a permanecer estável.

Entre os sintomas estão: fotofobia, irritações, ofuscamento, embaçamento e/ou distorções moderadas. Na maioria dos casos, as pessoas não percebem que possuem a doença, pois esta aparece disfarçadamente, sendo, por vezes, comumente confundida com miopia ou astigmatismo.

Ainda não se sabe a causa da doença, mas acredita-se que seja de origem hereditária e que seja resultado de diferentes condições clínicas. Desta forma, os filhos de portadores do ceratocone devem ficar mais atentos. Além disso, segundo estudos, ela pode estar associada a patologias sistêmicas como as síndromes de Down, Turner, Ehlers-Danlos e Marfan.

Como diagnosticar o ceratocone?

Em caso de suspeita da doença, o diagnóstico é feito por meio do exame oftalmológico e confirmado pela Topografia Corneana Computadorizada – exame que faz um estudo topográfico de superfície da córnea, ou seja, um retrato mais apurado da córnea. E permite obter informações quantitativas e qualitativas a seu respeito por meio de um gráfico numérico e de cores. Vale lembrar que o diagnóstico precoce da doença não impede que a mesma evolua, porém quanto mais cedo o ceratocone for identificado, melhor será o resultado do tratamento. Por isso, é fundamental que se realize consultas oftalmológicas periodicamente.

Tratamento

Infelizmente, o ceratocone não tem cura. Porém existe uma série de tratamentos disponíveis para melhorar a visão do portador da doença, estabilizando o problema e reduzindo as deformidades da córnea. O tratamento adotado depende da evolução do caso. Na maioria das situações, o problema é solucionado por meio da adoção de óculos, lentes de contato ou cirurgia. Segundo estatísticas, apenas 10% dos casos evoluem para transplante de córnea.

Conheça um pouco mais sobre as principais formas de tratamentos

Óculos: Em casos mais brandos, inicialmente, o tratamento é feito com a adoção de óculos, por meio da adaptação de lentes corretivas para melhorar a visão do paciente.

Lentes de contato: O uso das lentes de contato representa, depois dos óculos, a primeira opção para a recuperação visual, uma vez que substituem a superfície irregular da córnea por uma regular, melhorando assim a percepção das imagens. Este tratamento pode ser feito tanto nos casos iniciais quanto nos mais graves da doença.

A indicação do modelo de lente a ser usado é feita pelo oftalmologista, que analisa o desenho mais apropriado para o estágio da doença do paciente. As lentes devem ser limpas e desinfetadas a cada uso e, a cada seis meses, o usuário deve voltar ao oftalmologista para fazer uma avaliação da sua adaptação. Fique atento, lentes mal adaptadas podem favorecer a progressão do ceratocone e/ou causar perdas de transparência na córnea.

Cross-linking: É um tratamento por meio do qual se expõe a córnea a uma combinação de radiação ultravioleta (UV-A) e vitamina B2, produzindo um aumento nas ligações entre as fibras de colágeno, fortalecendo toda a estrutura da córnea. É indicado para pessoas que apresentam boa visão com uso de óculos ou lentes de contato, com o ceratocone não muito avançado e que tenham apresentado evolução da doença. A função deste tratamento não é reduzir o ceratocone, mas parar a evolução, evitando a progressão da mesma, ocasionando a sua estabilização.

Anel intracorneal ou cirurgia de ceratocone: Indicado no estágio moderado do ceratocone, corresponde ao implante cirúrgico de anéis ultrafinos, que funcionam como um esqueleto que remodela e diminui a curvatura da córnea, tornando a sua superfície mais regular. Os mais utilizados são os Anéis Intraestromais. Trata-se de uma técnica reversível, sem danos à córnea e não refrativa, ou seja, após o procedimento os pacientes continuarão precisando usar óculos ou lentes de contato para melhor qualidade visual.

Transplante de Córnea: Indicado apenas como último recurso, em pacientes que apresentam ceratocones em estágios avançados, o transplante de córnea consiste na substituição de toda (transplante penetrante) ou de parte (transplante lamelar ou endotelial) da córnea. Apenas uma minoria dos portadores da doença necessita fazer o transplante, que embora tenha uma recuperação mais lenta se comparada aos outros tratamentos, oferece uma importante melhora no quadro. A cirurgia é realizada com anestesia geral, sedação ou anestesia local – dependendo da condição clínica – e o paciente recebe alta no mesmo dia.

Fonte: CBO – Conselho Brasileiro de Oftalmologia

Luiz Carlos Molinari, Oftalmologista e Diretor da SMO, concedeu entrevista à Rádio Itatiaia FM 95,7 explicando sobre o Glaucoma. Clique nos links abaixo e confira!

 

 

O Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO) realizou reunião com o Conselho Nacional dos Secretários de Saúde (Conass) para expor aos gestores e técnicos do Sistema Único de Saúde (SUS) os riscos da atuação de não médicos no terreno da saúde ocular no País. Para os oftalmologistas, esses indivíduos podem contribuir com o agravamento de problemas de visão ao oferecerem diagnósticos de doenças e prescrições de óculos e lentes de grau sem terem o preparo para essas atividades.

No encontro, realizado no dia 6 de maio, os representantes do CBO também delinearam aos membros do Conass as restrições legais impostas aos não médicos e aos estabelecimentos comerciais que operam no segmento ótico. Com isso, ficou claro quais os limites de sua atuação. Durante a conversa, foram levantados questionamentos que motivaram o CBO a elaborar material elucidativo a ser amplamente divulgado entre os gestores.

Com o apoio do Conass, esse documento será distribuído às 27 Secretarias de Saúde de Estados e do Distrito Federal. No texto, serão apresentados de forma clara os argumentos e a fundamentação técnica, legal e ética, que limitam a atuação de não médicos no campo da saúde ocular. Dentre os pontos que terão destaque no trabalho, está o descritivo do conjunto de vedações impostas aos optometristas e às óticas pelo Supremo Tribunal Federal (STF), que exprimiu seu entendimento no julgamento da ADPF 131, em 2020.

Com essa estratégia, o Conselho Brasileiro de Oftalmologia, auxiliado pelo seu Departamento Jurídico, reforça suas ações em favor da Lei do Ato Médico, combate o exercício ilegal da Medicina e defende a saúde da população, apontando os efeitos deletérios de um atendimento inadequado e ressaltando a necessidade de que o médico especialista seja acionado para cuidar dos problemas causados por doenças que afetam o aparelho da visão.

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