Volta às aulas requer atenção dos pais e responsáveis quanto à visão de seus filhos e uma consulta de rotina com o médico oftalmologista
A saúde ocular infantil é primordial para o desenvolvimento das crianças seja em casa, na escola e/ou outros ambientes que frequenta. Com o retorno às aulas, a Sociedade Mineira de Oftalmologia (SMO), em parceria com a Associação Médica de Minas Gerais (AMMG), alerta pais e responsáveis para que se atentem sobre como está a visão dos filhos e que os leve ao médico oftalmologista para consulta de rotina.
O Ministério da Saúde (MS) aponta que 30% das crianças em idade escolar apresentam algum tipo de ametropia (erro de refração ocular que dificulta a nitidez da imagem na retina). Os especialistas afirmam que até a adolescência, miopia, hipermetropia e astigmatismo são os erros refrativos mais comuns. Eles comprometem a formação do foco das imagens e são detectados em cerca de 20% das crianças com idades entre 5 e 9 anos, segundo o Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO). De 3% a 10% desse grupo precisam usar óculos, conforme a instituição. Em 2018, o CBO levantou que a prevalência da cegueira é de 0,6 a cada 1.000 crianças.
De acordo com o diretor da SMO e da AMMG, Luiz Carlos Molinari, mesmo que não haja queixas, o ideal é que a criança seja levada ao especialista pelo menos uma vez ao ano. “Observar o comportamento dos filhos ajuda muito a identificar possíveis problemas oculares. Os sinais podem ser: aproximar demais os objetos do rosto; tropeçar com frequência e esbarrar em tudo; sentar muito perto da televisão; ter dores de cabeças constantes; lacrimejar excessivamente; vermelhidão; entres outras coisas”, explica.
Molinari avalia que quando não se enxerga bem, o aprendizado é comprometido assim como o relacionamento com os colegas de classe e com os professores. “Sem ver direito as anotações no quadro ou os livros, a criança fica atrás das outras na hora de aprender. Além do olhar de quem cuida, os docentes também podem ajudar avaliando o desempenho e como os pequenos se comportam em sala de aula”, completa. Para ele, ações como diminuir o uso de telas, notar diferenças no modo de agir e visitas periódicas ao médico oftalmologista são a chave para cuidar das doenças oculares na infância.
Ele esclarece que no dia a dia algumas medidas são simples e contribuem para evitar doenças oculares. “Mantenha os olhos sempre higienizados, utilize óculos de sol, bonés, chapéus, para proteger do vento e das ações de raios UVA e UVB e evite coçá-los com frequência. No caso de olho seco, o profissional pode indicar lubrificantes oculares, ou lágrimas artificiais adequadas. Evite automedicação, como colírios contendo corticoides, que podem aumentar a incidência de catarata ou glaucoma. Mediante qualquer queixa, como dor, sensação de areia, olhos vermelhos ou falhas na visão, procure um oftalmologista.”
O diretor da SMO destaca que é possível prevenir e tratar muitas enfermidades e quando o cuidado é iniciado precocemente as chances são ainda maiores. “Friso ainda que o exame é um ato médico e só deve ser realizado pelo oftalmologista.”